Sexo Nos Ajuda A Viver Uma Vida Mais Longa
Sexo E Reprodução
A reprodução é uma atividade essencial para todo e qualquer organismo de todas as espécies para poder se perpetuar pelo tempo. É o processo pelo qual se geram novos descendentes e se estabelece toda uma linhagem familiar.
Enquanto as bactérias, fungos e plantas podem realizar a reprodução de modo singular, ou seja, sem necessariamente precisarem de entes de gêneros opostos, a grande parte dos animais e, principalmente, o ser humano, experencia essa dinâmica de modo diferente e ímpar.
No ser humano, o ser mais complexo dentre os existentes, a questão é ainda mais especializada.
O ser humano se reproduz por meio do intercurso sexual, que demanda, necessariamente, dois indivíduos de gêneros opostos e o encontro dos gametas, que são as células sexuais reprodutivas.
Esse encontro ocorre se, e somente se, tiver a ejaculação de um homem fértil no canal vaginal de uma mulher fértil, estando ela em seu período fértil.
Apesar dessas questões, os seres humanos não fazem sexo apenas para fins reprodutivos. A partir da nossa complexidade mental, psicológica e física, temos desejos e vontades peculiares a cada momento, estado de espírito e incidências.
Dessa forma, a atividade sexual se encontra desempenhando outros papeis na vivência do ser humano.
Um desses papeis é o aumento da comunhão no matrimônio. Quando um homem e uma mulher se casam, o sexo não se resume apenas à geração de novos filhos.
Também cumpre papel fundamental no aumento da intimidade e apego entre o casal.
Sobre o sexo em si, esse continua sendo e ainda será, tomadas as devidas proporções, um assunto tabu. Por isso, refere-se a ele por metáforas, códigos e expressões. Algumas dessas, inclusive, apresentam caráter cômico.
Evita-se falar do assunto mesmo se todos fazem. Talvez, isso se deva ao fato de que é realizado, em situações normais, apenas com duas pessoas e confidencialmente.
Não é comum, apesar da amplo acesso à pornografia nos dias de hoje, um casal típico fazer sexo e expor esse momento de qualquer forma que seja.
Apesar disso, e sexo é uma atividade humana natural. É a maneira de perpetuar a espécie. A força motora principal da reprodução, biologicamente falando e excluindo toda a questão psicossocial, é o sexo.
Como um ato extremamente essencial e que demanda muita energia, o sexo, para o ser humano, não poderia ser algo que gerassem filhos como fruto sem proporcionar benefício algum para os participantes desse ato.
Como já citado, nossa complexidade psicológica, física e até mesmo social sofrem grande influência do sexo e as suas práticas regular e, até mesmo, esporádica, para certas circunstâncias, são extremamente benéficas.
É notório que, após a prática do ato sexual, as pessoas tendem a ficar mais relaxadas. Há pessoas que fiquem até mais alertas e despertas. Também, é evidente que se experencie situações de bem-estar, felicidade e euforia.
Esses sintomas não são obra do acaso e estão intimamente ligados à prática sexual e, por meio de mecanismos fisiológicos e bioquímicos, a ação desse ato exerce seus efeitos.
Por isso, há uma vasta literatura — apesar de grande parte, se não, toda, ser observacional — que busca compreender a influência do sexo nos diversos âmbitos da saúde humana a curto e a longo prazo, bem como explicar as rotas sensoriais, moleculares e físicas por trás de todos os benefícios.
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Sexo E Longevidade
Antes de tudo, é necessário compreender os conceitos de healthspan e lifespan, bem como a longevidade.
A ideia de longevidade é frequentemente mal interpretada. Geralmente, entende-se como longevidade a quantidade de anos que uma pessoa viveu, porém essa definição não se adequa à representação correta de longevidade.
Isso porque a longevidade apresenta dois componentes embutidos e indissociáveis a ela: healthspan e lifespan. Healthspan, do inglês, não apresenta tradução em apenas uma palavra, sendo, então, expressa como o quão bem um indivíduo vive. Ou seja, o quão prazerosa e não penosa é a vida do indivíduo.
Em termos mais simplificados, seria algo como “qualidade de vida” ou “salubridade de vida”.
A healthspan apresenta, também, 3 componentes: o cognitivo, o físico/estrutural e o emocional.
O componente cognitivo diz respeito à capacidade de raciocínio de um indivíduo e suas outras faculdades mentais. A maioria dos esforços para preservar a cognição são, basicamente, alinhados diretamente aos esforços para reduzir o risco de demências.
O componente físico é o primeiro que se sobressai no quesito de qualidade de vida, visto que nenhuma pessoa gosta de viver com dor, ou de sentir dor a qualquer movimento mais brusco como dor no joelho, nas costas etc.
É um dos componentes mais impactantes, visto que ocorre décadas antes de alguém morrer. Por isso, nunca é muito cedo para cuidar da saúde física.
Por fim, há o componente emocional que, apesar de ser pouco relacionado à idade, é extremamente importante para a vida de uma pessoa.
Alguém bem resolvido, com realizações pessoais e profissionais, tem menos chances de deixar seu lado psicológico afetar negativamente seu lado físico.
No entanto, exames laboratoriais não são relevantes para esse componente porque não há um teste laboratorial para medir, no sangue, ou em qualquer lugar que seja, a felicidade, nível de realização, dentre outros.
Lifespan, por sua vez, também não apresenta uma tradução por uma palavra apenas, o que faz com que seja representada pela expressão “vida útil” ou “duração de vida”.
Basicamente, significa o quanto de tempo que um indivíduo viveu.
Com base nesses dois conceitos, exprime-se a ideia de longevidade, que pode ser representada pela seguinte expressão: “a quantidade de tempo em que um indivíduo consegue viver em condições salubres ou, pelo menos, com uma doença crônica em condições pouco fatais e limitantes”.
Também, a partir da noção desses dois conceitos e sua conexão com a longevidade, bem como os grandes componentes que endossam a healthspan (cognitivo, emocional e físico/estrutural), pode-se compreender como o sexo pode ajudar indivíduos a vislumbrar a longevidade.
Sexo X Cognição
Engana-se quem acha que o órgão sexual mais poderoso é a genitália. Na verdade, é o cérebro. Mas, por quê?
O sexo está intimamente ligado à função cognitiva. Em 2013, um estudo feito por Erica Glasper e Elizabeth Gould, da Universidade de Maryland, apontou que o sexo repara e reverte os declínios na neurogênese, isto é, na formação de neurônios e estruturas cerebrais, relacionados à idade.
Além disso, também de acordo com esse trabalho, o sexo é capaz de reparar e reverter os declínios relacionados ao envelhecimento na função do hipocampo.
O hipocampo é uma região do sistema límbico, sistema imprescindível para a regulação das emoções. O hipocampo, especificamente, é a parte associada à memória de longo prazo, processamento espacial e navegação.
Outro estudo realizado em 2010 e pelas mesmas autoras junto à Benedetta Leuner também fala sobre a neurogênese ocorrendo diretamente no hipocampo.
Especificamente para as mulheres, um estudo publicado no The Journal of Sexual Medicine em 2017 utilizou a ressonância magnética funcional (técnica para medir e mapear a atividade cerebral, ou seja, concentração de oxigênio, sangue, nutrientes etc.) e os autores observaram que, no orgasmo feminino, há a ativação de 30 áreas diferentes no cérebro.
A título de comparação, jogos como sudoku, caça-palavras e outros também estimulam o cérebro, porém estimulam algumas partes, cerca de 5, 10 a 15 áreas.
Dentre os autores, estava o PhD Barry Komisaruk, da Universidade de Rutger. Komisaruk vem estudando orgasmos femininos por, pelo menos, 25 anos.
Mais um estudo, esse realizado por pesquisadores das universidades de Coventry e Oxford e que contou com 73 pessoas com idades entre 50 e 83 anos, revelou que os participantes que fizeram sexo semanalmente pontuaram mais em testes de fluência verbal e tiveram sua habilidade visual espacial aumentada.
Esses testes de fluência verbal medem a capacidade de um indivíduo recapitular, organizar e usar palavras efetivamente. Assim, pode-se dizer que o sexo está associado à melhora na fluência verbal, além do aumento da habilidade visual espacial.
Essa última, nada mais é do que a acuidade de percepção de distância, movimento, navegação espacial etc.
Um trabalho conduzido na Headache Clinic da Universidade de Illinois do Sul descobriu que metade das mulheres que sofrem de enxaqueca reportaram alívio após obterem orgasmo.
Especialistas disseram que as endorfinas liberadas durante o sexo se parecem com a morfina, um dos opioides com efeito analgésico mais potente e utilizado em hospitais, e que efetivamente reduz a dor.
Essa é apenas uma das áreas que o sexo pode atuar de forma positiva. Em quesito de longevidade, uma área apenas não é o suficiente no objetivo de viver mais e melhor.
Por isso, a saúde integral é importante e, não supreendentemente, o sexo também pode atuar nesse âmbito.
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Sexo X Função Física/estrutural
Apesar de as doenças neurodegenerativas como o Mal de Alzheimer atuarem de forma grandiosa na mortalidade mundial, as doenças cardiovasculares ainda são as peças mais importantes no que tange ao total de pessoas que morrem no mundo a uma base anual.
Dessa forma, segundo a literatura disponível, o sexo também pode atuar em prol da saúde cardíaca, que é uma das esferas do componente físico/estrutural da healthspan e, por consequência, da longevidade.
Dito isso, houve um estudo feito por 16 anos e publicado no American Journal of Cardiology, conduzido com cerca de 1,000 participantes de 40 e 70 anos que avaliou a associação entre sexo e risco cardiovascular.
O estudo descobriu que homens que fizeram sexo pelo menos uma vez na semana obtiveram quase 50% menos de chances de morrer por uma doença cardíaca do que homens que fizeram sexo uma vez por mês ou menos.
Além disso, o estudo considerou todos os outros fatores como estilo de vida, fumo, exercício e dieta.
Outro ponto importante a ser mencionado é o sexo como atividade física. O sexo pode ser considerado como um exercício cardiovascular ou aeróbico.
A depender da duração e vigor, o sexo pode fazer com que o indivíduo gaste de 85 a 250 calorias.
De acordo com a Dra. Hilda Hutcherson, professora de ginecologia e obstetrícia da Universidade de Colúmbia: “seu abdômen e seus músculos das costas, glúteo e quadril recebem um bom treino quando os movimentos do sexo são realizados”.
Também, outros músculos podem ser trabalhados a depender das posições.
O sexo também parece atuar positivamente na aparência. Um estudo conduzido no hospital Royal Edinburgh, na Escócia, foi conduzido da seguinte forma: pediu-se para um painel de jurados avaliar a idade dos participantes dos estudos pelas suas aparências.
Aqueles que mantinham relações sexuais regularmente com apenas um parceiro, cerca de uma vez por semana, em média, aparentaram ser de 7 a 12 anos mais novos do que realmente eram no momento de avaliação.
Esse efeito pode ser explicado, segundo a Dra. Cindy Meston, diretora do laboratório de psicofisiologia sexual da Universidade do Texas, pelas substâncias liberadas por causa do sexo.
De acordo com Meston, “o sexo regular promove a liberação de hormônios, incluindo testosterona e estrogênio, que podem deixar o corpo parecendo jovem e vital.
Estrogênio foi mostrado como promotor da maciez da pele e brilho do cabelo”.
Sobre a prevenção do câncer, o sexo também parece agir favoravelmente. Parte de viver uma vida mais longa e mais saudável é reduzir o risco de doenças crônicas, seja uma doença cardiovascular, seja o câncer.
Diante disso, um estudo conduzido por pesquisadores de Harvard com 29,342 homens, com idades de 45 a 81 anos, apresentou o seguinte questionário: “Quantas vezes você ejaculou por mês durante o começo da sua vida adulta?”.
As respostas válidas consideraram tanto o sexo propriamente dito quanto a masturbação.
Os homens que ejacularam vinte e uma vezes ou mais a cada mês como jovens adultos obtiveram 33% menos riscos de desenvolverem câncer de próstata posteriormente na vida, ao serem comparados com os outros homens que responderam que ejacularam de quatro a sete vezes por mês.
Também sobre a relação entre sexo e câncer de próstata, um estudo de um time australiano de pesquisa contou com 2,338 homens que também foram perguntados a respeito das suas frequências mensais de ejaculação.
Nesse estudo, homens que ejacularam de quatro a sete vezes por semana foram 36% menos prováveis de serem diagnosticados com câncer de próstata antes dos 70 anos, comparados com homens que ejacularam menos de duas a três vezes por mês.
Há uma possível explicação para essa redução na incidência de câncer de próstata em indivíduos que ejaculam com uma frequência média ou alta. Especula-se que a ejaculação “limpa”, “lubrifica” o ambiente prostático.
Isso faria com que esse ambiente fosse menos propício para metabólitos (excretas metabólicas e resíduos metabólicos), infecções e compostos carcinogênicos que poderiam levar à inflamação e, consequentemente, câncer.
Sobre a inflamação, essa é um dos maiores fatores causais, nas suas variadas facetas, por trás do envelhecimento acelerado, ou precoce.
Os benefícios do sexo no tocante à prevenção do câncer não se restringe apenas aos homens. As mulheres também podem desfrutar da redução de risco de desenvolverem essa doença.
De acordo com o diretor de Medicina de Saúde Sexual do Hospital Alvorado, na California, Dr. Irwin Goldstein, “diversos estudos mostram que mulheres que têm intercurso sexual regular geralmente têm menor risco de desenvolverem câncer de mama”.
Sexo X Imunidade
Aparentemente, a atividade sexual regular pode melhorar o sistema imunológico e agir como fator protetor contra infecções e outros tipos de doenças.
Um trabalho emblemático, publicado na convenção da Associação Oriental de Psicologia por pesquisadores da Wilkes University indicou que o sexo aumentou os níveis de imunoglobulina A, o principal anticorpo atuante nas mucosas, em participantes que fizeram sexo de uma a duas vezes na semana comparados aos outros participantes que fizeram sexo menos vezes.
Sexo X Sono
A privação do sono está associada diretamente ao aumento do risco de câncer, diabetes, obesidade e depressão. No entanto, o sexo é amplamente conhecido por induzir grande parte das pessoas ao sono de forma mais fácil.
A partir disso, um estudo publicado no The Journal of Sexual Medicine descobriu que mulheres que obtiveram uma quantidade ótima de sono tiveram níveis mais altos de desejo sexual e excitação durante o sexo.
Houve um aumento de 14% de chance de atividade sexual no próximo dia após uma boa noite de sono. Isso mostra que as ações entre o sexo e o sono são uma via de mão dupla.
Durante o orgasmo, liberamos um coquetel de substâncias químicas que estão associadas à qualidade de sono amplificada. Uma dessas substâncias é a oxitocina, conhecida como o “hormônio do amor”.
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De acordo com o jornal “Regulatory Peptides”, a ocitocina tem um efeito calmante que faz um contraponto aos efeitos do cortisol e ajuda a promover um bom sono.
Outra substância liberada com o orgasmo é a prolactina, que é outro hormônio. A prolactina está fortemente associada ao sono.
Estudos mostram que a prolactina está naturalmente mais alta durante o sono e animais que foram injetados com esse hormônio ficaram cansados imediatamente.
Por causa dessa conexão do sexo com o sono, ou sonolência, talvez esse deva ser um dos motivos que fazem com que o ato sexual seja referido como “dormir” ou “deitar-se” com outra pessoa.
Culturalmente, o sexo está ligado a dormir com outro indivíduo.
Além disso, a prolactina está conectada com a satisfação sexual. Esse hormônio age de modo diferente nos homens e nas mulheres, tendo seu efeito mais impactante a respeito de satisfação sexual nos homens.
Os homens produzem cerca de quatro vezes mais prolactina ao obterem um orgasmo durante o sexo em comparação com a quantidade liberada após o orgasmo pela masturbação.
É por esse motivo que, geralmente, muitos homens não conseguem continuar a realizar o ato sexual após experenciarem um orgasmo.
Nas mulheres, picos de prolactina estão profundamente conectados à qualidade do orgasmo e satisfação sexual subsequente, de acordo com pesquisas publicadas no Journal of Sexual Medicine.
A prolactina, que é um hormônio liberado pela hipófise, está associado, também, à função melhorada do sistema imunológico, melhor qualidade de vida e, decerto, melhor sono.
Obviamente, isso não garante que alguém irá dormir imediatamente após o sexo. Para algumas pessoas, pode ter efeito contrário: deixar a pessoa mais alerta.
Sexo X Saúde Mental
Outra área imprescindível para uma vida longeva e plena é a área dos sentimentos, a área emocional. Apesar de ser muito negligenciada, é extremamente importante.
Dito isso, uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de West Scotland revelaram que pessoas que fizeram sexo ao menos uma vez por duas semanas foram mais capazes de gerenciar situações estressantes como falar em público.
Isso por causa da liberação de endorfinas e oxitocina liberados durante o sexo e esses hormônios do bem-estar ativam centros de prazer no cérebro que criam sentimentos de intimidade e relaxamento, que ajudam a mitigar a ansiedade e depressão.
Os pesquisadores disseram que a pessoa não necessariamente precisa obter um orgasmo para sentir esses efeitos, mas a pessoa terá os maiores picos desses hormônios se, de fato, obtiver um orgasmo.
A título de curiosidade, nos Estados Unidos, o medo de falar em público está em um lugar mais alto no ranking dos medos dos adultos do que o medo da morte.
Outro trabalho que contou com 24 homens e 22 mulheres também vislumbrou os efeitos dos sexo e gerenciamento do estresse.
Nesse estudo, os participantes mantiveram diários de atividade sexual e tiveram que realizar operações matemáticas ou falar para um plateia.
As pessoas que reportaram ter feito mais sexo apresentaram menor pressão sanguínea quando realizaram essas tarefas estressantes.
Em um estudo realizado pela Universidade do Arizona com 58 mulheres de meia idade, a atração física ou comportamento sexual com um parceiro significativamente previu um menor mau humor, menor estresse e maior bom humor no próximo dia.
Basicamente, o estudo disse que o sexo e intimidade física levaram as mulheres a se sentirem menos estressadas e terem um humor melhor no próximo dia.
Em outro estudo, publicado em 2004 pelo National Bureau of Economic Research e que contou com 12,000 indivíduos, descobriu que pessoas que são felizes tendem a ser aquelas que fazem mais sexo.
Esse estudo estimou que fazer sexo de uma vez no mês a duas vezes na semana apresentou felicidade equivalente a ganhar um aumento de 50,000 dólares.
Nesse mesmo trabalho, o tipo de relação sexual contou como critério.
Quando os pesquisadores apuraram como ocorreu o sexo, se homens estavam pagando por sexo, ou se eles estavam traindo as suas esposas, o sentimento de felicidade foi reduzido, ou seja, o sentimento de felicidade foi equiparado a quantias menores de dinheiro.
É importante notar que não apenas o sexo é um fator importante, mas o afeto e o toque têm as suas respectivas importâncias.
Outro estudo observou a frequência cardíaca e níveis de cortisol de mulheres como medida de resposta ao estresse e esse estudo descobriu que essas mulheres exibiam respostas menores ao estresse depois de contato físico positivo com seus parceiros.
Isso significa que apenas o suporte emocional não provoca o mesmo efeito do toque e proximidade física.
O afeto é algo realmente necessário à vida. Nós literalmente liberamos certos compostos químicos positivos quando temos carinho e estamos em contato físico com alguém eu liga para nós.
Sexo X Exercício Físico Rotineiro
Uma coisa que é essencial para a manutenção de uma vida saudável e vislumbrar a healthspan é a prática regular de exercícios físicos.
A atividade física rotineira e protocolada é imprescindível para aquele que deseja ter uma vida confortável e, inclusive, função sexual preservada.
Homens de 60 anos que se exercitam frequentemente relatam ter a mesma quantidade de sexo e prazer sexual que pessoas décadas mais novas.
Um estudo examinou a frequência e notas de satisfação sexuais de homens de 60 anos que praticam natação regularmente.
Os pesquisadores descobriram que esses nadadores obtiveram a mesma frequência e mesmo nível de satisfação sexuais que pessoas que literalmente eram 20 anos mais novas.
Conclusão
De fato, o sexo apresenta-se como uma das principais funções do seres humanos.
É uma atividade nobre que, não só tem como fim a geração de novos descendentes e a perpetuação da linhagem ao longo do tempo e espaço, mas também o aumento do afeto, intimidade e comunhão entre um casal.
É evidente, também, que o sexo apresenta benefícios ainda que não completamente elucidados e respaldados.
Afinal, a literatura que versa sobre os benefícios do ato sexual se resume a uma literatura meramente observacional e, portanto, não é correto indicar que o sexo causa bons desfechos.
Todos esses estudos, apesar de serem empolgantes não respondem a dúvida central, que é a seguinte: “Será que as pessoas fazem sexo porque são saudáveis ou são saudáveis porque fazem sexo?”.
Por outro lado, não devemos deixar de realizar práticas conhecidamente seguras e tradicionais simplesmente por não ter “comprovação científica”, visto que esse é um conceito abstrato em virtude das grandes falhas presentes no cerne da ciência que derivam da inclinação intrínseca do ser humano ao erro.
O mais adequado é cada um ponderar a relação risco-benefício adequada a si e tomar uma decisão. Com o sexo, isso é dispensável, em virtude efeitos percebidos serem gritantes.
No entanto, uma ressalva: o sexo não é, ou não deveria, ser algo puramente carnal, porque além de muitas religiões estabelecerem o sexo como um dos atos mais nobres em suas matrizes, há uma diferença abissal entre fazer sexo com alguém que você ama e fazer sexo com alguém que você conheceu recentemente e sequer há química.
Isso sem contar no sexo como consumação carnal de traição, prostituição e outros atos moralmente duvidosos. De fato, cada um faz o que quer, porém, as coisas são como são e realmente há diferença no tipo e ocasião na qual o sexo se insere.
Dito isso e, finalmente, o sexo é uma peça-chave para aquele que deseja ter uma vida plena, saudável e estável.
Obviamente, temos que acumular condições ao nosso favor: ter uma boa alimentação, boa rotina de sono, rotina de exercícios e uma saúde mental estabelecida.
Assim como “uma andorinha só não faz verão”, segundo o ditado, uma variável apenas não fará com que a longevidade seja alcançada.
O melhor a se fazer é ser vigilante nas diversas esferas da saúde, empilhar condições favoráveis e, assim, ter a menor probabilidade de desenvolver uma doença crônica debilitante e a maior chance de aproveitar a vida no máximo de tempo possível e da forma mais prazerosa possível.
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