A História Do Açúcar: Sexo, Drogas E Entretenimento

 

 

O açúcar, apesar de ser extremamente comum na mesa dos brasileiros e de muitos outros cidadãos de outros países, possui uma história recheada de nuances que, muitas das vezes, não são notadas, tampouco postos sob reflexão.

 

Há um paralelo frequentemente não percebido entre o açúcar e a epidemia mundial de obesidade, bem como a conexão do açúcar com as doenças crônicas, a violência e coisas como a diversidade étnica. 

 

Esse condimento tornou-se um poderoso fenômeno cultural e está entremeado em diversas áreas nas nossas vidas que, talvez, sequer nos tenhamos dado conta. 

 

Para fins de simplificação — e apesar de haver diversas formas de açúcar —, a palavra açúcar, neste E-book, se refere ao açúcar de mesa, que é a mesma coisa que o açúcar refinado, sacarose e sucrose.

 

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De Onde Vem O Açúcar?

 

As primeiras coisas, primeiramente: qual é a origem do açúcar, isto é, qual ser vivo ou não, da natureza, provê o açúcar para os humanos? 

 

O açúcar é majoritariamente extraído da cana-de-açúcar e da beterraba.

 

 

A cana-de-açúcar é nativa das porções sudeste e sul do continente asiático, porém, parece que outras espécies desse vegetal surgiram em outros locais como a Índia e a África há cerca de milhares de anos. 

 

Originalmente, as pessoas mascavam a cana-de-açúcar in natura para extrair a sua doçura. 

 

Esse ato de mascar é benéfico para os dentes, visto que essa ação faz com que os dentes e os músculos envolvidos na mastigação se tornem mais fortes e mais densos. 

 

Além disso, a partir da tradição dos povos que mascavam esse vegetal, era sabido que a cana-de-açúcar continha nutrientes.

 

Hoje, sabe-se que a cana-de-açúcar possui vitaminas do complexo B e minerais como cromo, cobalto e cobre. 

 

Agora, como o açúcar, em si, é formado?

 

O processo de formação do açúcar é relativamente complexo. Porém, aqui, ele será resumido. 

 

Primeiramente, a cana-de-açúcar é cultivada e colhida. Após, é higienizada e moída, para que o caldo da cana, também chamado de garapa, seja extraído de suas fibras. 

 

Daí, o caldo da cana sofre um processo de clarificação para remover as impurezas.

 

Depois dessa clarificação, o caldo sofre um processo de destilação para que a água seja evaporada e para que reste apenas um xarope espesso.

 

Esse xarope é cozido novamente e, nesse processo, o açúcar presente é apurado e o xarope se transforma em uma espécie de massa. 

 

Então, o xarope passa por uma centrífuga com água e vapor e se torna cristais. 

 

Esses cristais de açúcar são submetidos a máquinas que removem a umidade restante e faz com que eles fiquem secos e com coloração branca brilhante, que é o aspecto conhecido do açúcar. 

 

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Contexto Histórico Envolvendo O Açúcar

 

  1. O Açúcar Na Idade Antiga

    O açúcar está intimamente ligado a diversos âmbitos da nossa sociedade, seja no presente, seja no passado. 

    Dessa forma, para entender o motivo do açúcar ser tão relevante hoje, é necessário olhar para trás e se atentar aos fatos históricos.

     

    A máxima “é necessário compreender o passado para entender o presente” também vale para o açúcar.

     

     

    O primeiro açúcar quimicamente refinado apareceu na Índia, por volta de 2,500 anos atrás.

     

    Nesse período, os indianos descobriram um método de transformar o caldo de cana-de-açúcar em cristais granulados que fossem mais fáceis de serem estocados e transportados.

     

    Na língua local indiana, esses cristais foram conhecidos como khaand, vocábulo que foi a origem da palavra candy, que significa “doce”, em inglês. Esse significado está intimamente ligado com a função inicial do açúcar.

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    No século I, esses cristais granulados eram encontrados na Europa não com a função de condimento, mas sim, como medicamento importado.

     

    O açúcar era, na verdade, combinado com remédios, ervas e similares que não tinham um gosto bom.

     

    Isso é demonstrado até pela personagem Mary Poppins, protagonista da série de livros infantis escrita por Pamela Lyndon Travers, que disse que “apenas uma colher cheia de açúcar ajuda o remédio a descer”.

     

    Basicamente, o açúcar faz com que remédios sejam mais palatáveis e, inclusive, é encontrado em alguns medicamentos e produtos farmacêuticos até hoje, a exemplo dos comprimidos efervescentes de vitamina C.

     

  2. O Consumo De Açúcar Nas Idades Média, Moderna E Contempor Nea

     

    Na época das Cruzadas, os cavaleiros templários levaram açúcar oriundo da Terra Santa e lá, encontraram caravanas carregando o que eles se referiam como “sal doce”. Isso porque o açúcar é muito similar ao sal. 

     

    O açúcar já foi considerado um artigo de luxo na Europa até por volta do século XVIII, período em que se tornou mais disponível.

     

    De fato, em 1319, um quilo de açúcar — também já chamado de “ouro branco” — chegou a custar dois xelins por libra (cada libra equivale a cerca de 453.59 gramas) e cada xelim equivaleria 50 dólares, o que daria, a partir da cotação de 5 de agosto de 2021, 260 reais. 

     

    A propósito, o xelim era uma moeda antiga utilizada pelos países da coroa britânica.

     

    Isso fez com que o açúcar só fosse encontrado nas classes mais ricas, sendo os mais pobres praticamente privados de consumir esse item tão comum atualmente. 

     

    Atualmente, é inconcebível pagar mais de 250 reais por menos de meio quilo de açúcar. Porém, o açúcar era tão relevante nessas épocas que o seu preço era altíssimo em relação aos preços praticados nos dias de hoje. 

     

    A partir do século XVIII e especialmente no século XIX, o açúcar tornou-se tornou extremamente popular e ainda considerado como necessário.

     

    A demanda por açúcar como um alimento essencial provocou uma gigantesca mudança nos campos social e econômico. 

     

    Para se ter uma ideia, nos anos de 1700, quando o aumento do consumo de açúcar estava começando a ocorrer, uma pessoa média na Grã-Bretanha consumia em torno de 1.8 quilograma de açúcar por ano. 

     

    Ou seja, uma pessoa consumia quase 2 quilogramas de açúcar por ano. 

     

    Esse aumento do consumo se deu principalmente pela queda do preço do açúcar em decorrência da sua superprodução nas Américas, o que fez com que esse condimento fosse mais acessível para a classe média e classe baixa.

     

    Por isso, por volta de 1870, o britânico médio passou a consumir cerca de 21 quilogramas de açúcar por ano.

     

    Até essa época, o açúcar era produzido na forma de pães de açúcar. O pão de açúcar é uma espécie de cone alto com um topo arredondado e que precisava ser cortado.

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    Nos anos seguintes, o açúcar granulado era geralmente vendido em sacolas, e os cubos de açúcar também foram produzidos por volta do século XIX.

     

    Nos anos de 1900, o consumo na Grã-Bretanha mais que aumenta e, em média, uma pessoa consome por volta de 45 quilogramas de açúcar. 

     

    Além disso, um americano médio estava consumindo por volta de 18 quilogramas de açúcar por ano. 

     

    Hoje, um cidadão médio dos EUA come por volta de 68 quilogramas de açúcares adicionados, bem acima dos 30 quilogramas consumidos anualmente pelos brasileiros.


    Grande parte desse açúcar é um dos favoritos da indústria: o xarope de milho com alto teor de frutose, ou high fructose corn syrup.

     

    Por fim, não se poderia falar de açúcar sem mencionar os doces em barras e tabletes, e a barra de chocolate.

     

    A breve história da barra de doce consiste no seguinte: em 1847, a primeira barra de chocolate foi feita na Grã-Bretanha por Joseph Fry e seu filho, que prensaram uma pasta feita de farinha de coco e açúcar na forma de barra.

     

    Depois disso, a barra de chocolate foi aprimorada em 1849, quando John Cadbury introduziu sua marca de barras de chocolate. 

     

    Em 1875, Henri Nestlé, fundador da companhia que carrega seu sobrenome, descobriu que adicionar leite na mistura de chocolate faz com que essa mistura seja menos amarga.

     

    Outro marco importante foi em 1900, quando a primeira barra da famosa marca Hershey’s foi produzida.

     

    Daí, a genealogia das barras de chocolate foi estabelecida: em 1916 surgiu a Clark Bar. Em 1920, a Oh Henry!. Em 1922, os copinhos de manteiga de amendoim da Reese (Reese’s Peanut Butter Cups) surgiram. Em 1923, as barras Baby Routh e Milky Way apareceram. 

     

    Em 1932, surgiu a 3 Musketeers. O Snickers apareceu em 1933, junto ao KitKat. Já em 1938, a barra Crunch, da Nestlé, foi criada.

  3.  O Açúcar, A Escravidão, A Colonização E A Miscigenação

     

    O açúcar é considerado como um dos grandes impulsionadores da colonização de ilhas tropicais e nações, onde o labor intensivo nas plantações de cana e na manufatura de açúcar ocorreu. 

     

    Não só o açúcar impulsionou esses acontecimentos, mas a produção de algodão e tabaco também.

     

    A produção de açúcar foi um grande incentivador para a escravidão, e no século XVI, nativos das ilhas caribenhas foram escravizados pelos europeus. 

     

    Nativos particularmente de Barbados e Jamaica. Nas Américas Central e do Sul, isso também ocorreu. 

     

    Os nativos escravizados, por conta das diversas doenças e condições precárias de trabalho, não foram capazes de suprir a demanda de trabalho imposta pelos europeus.

     

    A demanda por mão-de-obra barata para performar o trabalho envolvido no cultivo e processamento aumentou a demanda por trocas de escravos da África, particularmente, da porção oeste deste continente. 

     

    Os escravos africanos foram, então, trazidos para substituir os nativos nos campos e nas operações de processamento. 

     

    Milhares de escravos morreram em decorrência das condições nos campos de cana-de-açúcar.  

     

    Com muitos escravos, europeus e outros trabalhadores migrando para as terras americanas e para as colônias oceânicas (Sudeste Asiático, Ilhas do Pacífico e Leste Africano) era inevitável que eles realizassem relações sexuais entre si e gerassem descendentes.

     

    O estabelecimento da miscigenação étnica moderna de muitas nações que ocorreu nos séculos passados foi influenciada pela demanda por açúcar. 

     

    Em síntese, isso gerou uma diversidade étnica importante. E o açúcar está por detrás disso.

     

  4. O Açúcar E O Sistema Financeiro

     

    Obviamente, o açúcar foi um dos agentes que moldaram a economia pelos séculos passados e, de certa forma, até hoje desempenha essa função. 

     

    Apesar de a importância do açúcar na economia já ter sido exposta, é válido destacar sua relevância no âmbito financeiro propriamente dito. 

     

    O Índice Dow Jones, criado em 1896 por Charles Dow, originalmente consistia em 12 companhias e a American Sugar Refining Company (Companhia Americana de Refino de Açúcar), a principal empresa açucareira em solo americano da época, foi um desses membros.

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  5. O Açúcar E O Entretenimento

     

    O açúcar está fortemente entremeado na cultura pelo entretenimento, seja por músicas, filmes e celebridades. Seja de forma indireta, seja de forma direta.

     

    Quando se pensa em ir ao cinema, a maioria das pessoas está pensando na oportunidade de ingerir pipoca e refrigerantes.

    É justamente nos refrigerantes que reside o açúcar. 

     

    É importante, também, ressaltar a importância dos patrocínios de personalidades famosas. 

     

    Um estudo de Nova Iorque sugeriu que celebridades geralmente divulgam comidas e bebidas que são pobres em nutrientes e ricos em açúcar.

     

    Outro estudo, este conduzido pela Dra. Marie Bragg, uma psicóloga da Universidade de Nova Iorque, revelou que anúncios de comidas levam ao superconsumo e que a indústria alimentícia gasta 1.8 bilhões de dólares por ano apenas para fazer marketing para a juventude. 

     

    Isso é realizado porque quanto mais cedo alguém se tornar cliente dessa indústria, maior é o tempo em que ela provavelmente continuará como cliente. 

     

    Obviamente, isso não é novidade, porém, não recebe a devida atenção. Por outro lado, não há patrocínios e se há, são raros, para frutas e vegetais orgânicos. 

     

    É muito mais fácil ver uma celebridade divulgando produtos da Coca-Cola, Pepsi e McDonalds.

     

    Se pudéssemos ter celebridades divulgando frutas, carnes e vegetais, a mudança de cultura poderia ocorrer, porém não é o que vemos, porque, sendo honestos, sabemos que é extremamente difícil recusar um contrato multimilionário posto pelas empresas. 

     

    Falando sobre as músicas, outra parte importantíssima do entretenimento na nossa cultura, há uma conexão. 

     

    Há diversas músicas que falam sobre açúcar. “I Can’t Help Myself (Sugar Pie, Honey Bunch)”, do grupo Four Tops, e “Sugar”, da banda Maroon 5, são apenas alguns dos exemplos famosos de músicas que têm “açúcar” no nome.

     

     

    Artistas como Mandy Moore, a banda The Archies, Nina Simone e a banda The Rolling Stones possuem diversas músicas relacionadas ao açúcar. Pegando esse gancho sobre artistas, há os concertos musicais. 

     

    Os concertos são uma grande situação para o consumo em massa de açúcar e, de fato, 1.4 bilhão de dólares foi gasto apenas em 2014 com patrocínios de artistas, espaços e festivais, o que vem aumentando constantemente pelos anos e com a Coca-Cola sendo um dos maiores investidores.

     

    Basicamente, celebridades estão ganhando dinheiro por entregar o açúcar para a sociedade do modo mais eficiente para fazer com que ela se torne gorda e doente, ou seja, na forma de bebidas.

     

     Elas promovem e “são as caras” dessas diferentes bebidas.

     

  6. O Açúcar E A Cultura

     

    A questão é: há como apontar problema em algo que significa amor e é significativo em muitos aspectos das nossas vidas? Há como tornar vilão o bolo que você dá para o(a) seu(ua) filho(a) de um ano em seu aniversário? E com o amor envolvido, tem como tornar vilão algo que você dá no Dia dos Namorados?

     

    É difícil fazer isso, já que o açúcar e demonstrações de amor e carinho estão intimamente ligados. 

     

    O açúcar é o que damos às nossas crianças depois dos jogos para comemorar, ou consolar.

     

    É o que está ligado às celebrações, ou quase todo feriado, do Ano Novo ao Natal, do Dia dos Namorados à Páscoa.

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    A partir desses exemplos é que nos damos conta de como o açúcar faz parte das nossas vidas, celebrações e momentos felizes. 

     

    Outra faceta imprescindível à cultura quiçá mundial é o consumo de café. O famoso “cafezinho” da tarde, da manhã, ou dos dois. 

     

    A maioria das pessoas apenas toma café com açúcar. Se elas tivessem que tomar um café sem açúcar, elas não tomariam. O problema é que o café tem gosto amargo. 

     

    Esse é o gosto do café. Ora, se uma característica é própria de algo, então, se alguém não gosta dessa característica, da parte, não gosta realmente do todo.  

     

    As pessoas gostam do gosto doce e não do amargo do café sem açúcar ou adoçante. A mesma coisa ocorre, majoritariamente, com os chás e achocolatados.

     

O Açúcar Como Uma Droga

 

De diversas formas, o açúcar é considerado como uma espécie de droga recreacional e, de muitos jeitos, atualmente, ainda é utilizado como droga. 

 

Talvez, em primeiro contato com essa afirmação, pode parecer algo extremo. Porém, é necessário entender o que uma droga recreacional faz.

 

Uma droga pode mudar seu estado físico, mental e emocional. O açúcar faz exatamente isso.

 

O açúcar estimula fortemente a dopamina no cérebro. Esse condimento pode induzir sentimentos de euforia, comumente chamados de “sugar high”, algo como “onda do açúcar”.

 

Isso porque o açúcar se torna, muito rapidamente, glicose. Essa mudança rápida e abrupta pode fazer com que a pessoa se sinta extremamente energética. 

 

Inclusive, esse efeito é mais proeminente em crianças. Quando as crianças ingerem muitos doces, se tornam praticamente imparáveis. 

 

Outro efeito próprio das drogas que o açúcar reproduz é a abstinência. Isso porque quando se consome o açúcar rotineiramente e se cessa o consumo dele de modo abrupto, a pessoa se torna letárgica, monótona e depressiva. 

 

Pesquisadores na Universidade de Princeton reportaram que o consumo repetido de açúcar causa uma demonstração de todos os três critérios do vício: consumo aumentado, abstinência e desejos que levam à recaída.

 

De fato, pesquisadores vêm descobrindo que o açúcar é mais viciante que a cocaína. 

 

Uma pesquisa compilada por cientistas na Universidade de Bordeaux, na França, concluiu que “pesquisas gerais revelaram que o açúcar e recompensas doces podem não só serem substitutos para drogas viciantes como cocaína, mas também podem ser mais recompensadoras e atrativas.

 

A nível neurológico, os substratos neurais do açúcar e da recompensa doce mostraram-se mais robustos do que aqueles da cocaína, i. e., mais resistentes às falhas funcionais.

 

Possivelmente refletindo pressões evolutivas seletivas passadas por buscar e ingerir comidas ricas em açúcar e calorias”. 

 

Ainda há mais problemas quanto ao açúcar e sua ação como droga.

 

Em um estudo publicado pela PLoS (Public Library of Science, Livraria Pública da Ciência, na tradução livre), no qual ratos com nenhuma experiência prévia com açúcar refinado ou adoçante artificial foram permitidos a escolher duas alavancas: uma que dava uma dose de cocaína, e outra que dava uma dose de água com açúcar. 

 

Os ratos foram permitidos a terem acesso às duas alavancas por oito vezes por dia e os resultados foram impressionantes. A maioria deles, 94%, se tornou viciada em açúcar, ou sacarina, e não cocaína. 

 

Outros ensaios clínicos descobriram que até mesmo ratos viciados em cocaína rapidamente mudaram suas preferências para o açúcar, uma vez que esse foi oferecido.

 

Além disso, os ratos estavam dispostos a trabalharem mais para obter o açúcar, e não a cocaína. 

 

Os pesquisadores especulam que o receptor do doce localizado na língua evoluiu desde os tempos ancestrais — nos quais a dieta era muito pobre em açúcar — porém, não é adaptado para o alto consumo de açúcar nos tempos de hoje. 

 

E, então, eles são estimulados de forma anormal e isso gera esse sinal de recompensa sucessivo no cérebro como resultado.

 

Isso geralmente é o mínimo para uma superação potencial dos mecanismos normais de autocontrole e, portanto, o potencial para o vício é muito aumentado.

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Ademais, os pesquisadores descobriram que também há tolerância e dependência cruzadas entre açúcares e drogas viciantes e, por exemplo, animais com um longo histórico de consumo de açúcar se tornam dessensibilizados aos efeitos de drogas como morfina. 

 

O açúcar não só afeta o paladar e a gordura corporal, mas também, exerce grandiosa influência no sistema nervoso, ou seja, na função neurotransmissora, hormônios etc.

 

Isso faz com que o indivíduo seja levado a consumi-lo e, também, o faz se sentir entorpecido, dormente, dessensibilizado para as outras coisas.

 

Dado todo esse contexto, é interessante saber a razão biológica para tal. Para isso, é necessário olhar para a fisiologia humana como um todo e para possíveis explicações.

 

Uma possível explicação é que evoluímos com uma dieta que continha muito pouco açúcar e que não continha, virtualmente, carboidratos refinados.

 

Aliás, muitos especialistas acham que o açúcar provavelmente entrou por acidente nas nossas dietas e que nós, humanos, temos procurado coisas doces desde nossos primeiros dias de evolução.

 

Daniel Lieberman, um biólogo da Universidade de Harvard, argumenta que “o açúcar é um desejo ancião profundo” e isso porque o açúcar sinaliza algo para nossa biologia por inteiro e o doce sinaliza algo que é muito importante para a nossa sobrevivência, que é uma fonte densa de calorias, isto é, energia.

 

Além disso, o açúcar oferece mais do que apenas energia: também nos ajuda a armazenar gordura também. E, olhando para nossa sobrevivência, a gordura é algo muito importante. 

 

Quando o açúcar é ingerido, é quebrado em glicose e frutose e, a frutose, especificamente, parece ativar um processo no nosso corpo que faz com que ele segure mais gordura. 

 

Houve um tempo em que armazenar mais gordura corporal era considerado vantagem e não um risco à saúde, visto que se especula que passávamos muito tempo sem alimento e a gordura servia de fonte energética nesses tempos de escassez.

 

Tempos esses muitos diferentes, nos quais ocorriam caçadas, se comparadas à extrema disponibilidade de alimentos na geladeira nos dias de hoje. 

 

Hoje, temos que nos esforçar para não acharmos comida.

 

Caçar gasta muito mais energia do que dirigir até o drive-thru, o que explica o fato de armazenar gordura ser vantajoso antigamente. 

 

Dessa forma, coisas doces na natureza, como frutas e mel, eram como prêmios de loteria para os nossos ancestrais.

 

Apesar de sempre termos esse desejo por coisas doces, nós simplesmente não tínhamos acesso regular a elas.

 

O Açúcar E A Função Sexual

 

Qual é a conexão do açúcar com a função sexual? 

 

Um estudo recente publicado no Journal of Clinical Investigation descobriu que comer muita frutose e glicose pode desligar o gene que regula os níveis de testosterona e estrogênios ativos no corpo. 

 

A produção excessiva de gordura força o fígado a “desligar” a SHBG (sex hormone binding globuline, globulina ligante ao hormônio sexual). 

 

Esse é um gene que produz uma proteína que o estrogênio e testosterona precisam para funcionar. Com o consumo do açúcar e desligamento desse gene, fica mais difícil de se manter saudável.

 

Dessa forma, é mister que olhemos para isso, visto que, atualmente, disfunção erétil é uma epidemia e problemas envolvendo a fertilidade humana cada vez aumentam. 

 

Mesmo que não se queira ter filhos, a fertilidade simplesmente está ligada à vitalidade, à vida. 

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Isso porque a fertilidade está intimamente ligada aos hormônios sexuais, bem como os componentes associados ao seu funcionamento, como o caso da SHBG. 

 

Em um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology, 74 homens de idade variada foram submetidos a um teste oral de tolerância à glicose. 

 

Os pesquisadores descobriram que o açúcar induz uma redução significativa nos níveis de testosterona total e livre. Ou seja, só de consumir diretamente o açúcar, a testosterona dos indivíduos caiu.

 

Em relação às mulheres, a secura vaginal é geralmente observada junto a condições como diabetes e resistência insulínica. Mulheres com glicemia desregulada apresentam 33% mais chances de terem secura vaginal. 

 

A SOP, Síndrome do Ovário Policístico¸ a principal causa de infertilidade feminina hoje, tem seus efeitos mimetizados pelo consumo elevado de açúcar. 

 

A Dra. Jerilynn Prior, professora de endocrinologia e metabolismo na Universidade de British Columbia argumenta que a “insulina estimula os receptores androgênicos de fora do ovário, causando os sintomas típicos de SOP, como excesso de pelos, afinamento de cabelo e acne”.

 

Prior também diz que “esse tipo de dieta que é rica em açúcar irá causar obesidade, que irá causar resistência insulínica, que é a inabilidade das células de receptar a insulina, o que vai agravar ainda mais os sintomas da SOP”.

 

Além disso, para explicar o problema da estimulação dos receptores androgênicos, a Dra. Jerilynn diz que “os andrógenos também atuam no bloqueio da liberação do óvulo do folículo”. 

 

 

O Açúcar E A Violência

 

 

O açúcar também possui uma relação com a violência. E, obviamente, foi mencionado, neste E-book, o contexto histórico que contém a escravidão e qual a relação do açúcar com ela. 


Porém, de quais outras formas o açúcar é capaz de incitar a violência?

 

Sintomas comuns de hipoglicemia, que pode ser causada pelo pico e decaída do açúcar, são fraqueza, fome, confusão, irritabilidade, mudanças comportamentais como agressão, euforia e violência.

 

Mudanças sensoriais, como visão embaçada, podem ser observadas. 

 

O corpo reage a baixos níveis de glicose da seguinte forma: quando a glicose sanguínea decai a níveis baixíssimos, a produção de hormônios regulatórios de luta ou fuga, como adrenalina, é aumentada. 

 

O que explica a piora do humor quando alguém está com hipoglicemia. 

 

 

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O neurocientista Matthew Botvinnik enxerga a falta de glicose como a única razão dentre as demais para que percebemos a falta de glicose não como falta de combustível, mas sim, como um estado de desprazer.

 

E esse é um estado não diferente de situações como dor de cabeça, fazer uma tarefa entediante, ter que ficar até mais tarde no trabalho e outras coisas desgostosas, o que faz com que nós fiquemos menos propensos a gastar energia para regular nosso humor e respostas. 

 

Em um estudo feito pela Universidade do Estado de Ohio, nos EUA, e publicado no PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), os pesquisadores já estavam cientes dos múltiplos estudos sugerindo que a hipoglicemia era uma causa subjacente para a irritabilidade induzida pela fome. 

 

Portanto, os pesquisadores recrutaram 107 casais para o estudo, avaliaram a qualidade dos seus relacionamentos e ensinaram a esses casais como medir a sua glicemia. 

 

Então, eles deram a cada membro dos casais um boneco de voodoo com 51 alfinetes e disseram para os participantes que esses bonecos representavam os seus cônjugues e que, toda noite antes de dormir, eles deveriam alfinetar os bonecos dependendo do quão irritados eles estavam.

 

Depois de três semanas, o time avaliou os danos realizados a cada um dos bonecos e os voluntários que tiveram níveis de glicemia abaixo do normal alfinetaram mais os bonecos de voodoo do que aqueles que tiveram a glicemia normal. 

 

Big Sugar

 

O açúcar é um negócio, e dos grandes. Isso é respaldado pela sua importância no passado, que continua materializada no presente. 

 

As empresas açucareiras são uma das mais rentáveis do setor alimentício.

 

O mercado açúcar-adoçante global tem projeção de alcançar 100 bilhões de dólares até 2022. 

 

Apesar de haver um movimento em direção à diminuição do consumo do açúcar, a indústria procura cada vez mais embutir esse condimento nos alimentos a partir de nomes disfarçados, como “açúcar invertido”, “xarope de milho”, “dextrose”. 

 

Apesar de muitos desses nomes não serem o açúcar em si, eles o contém.

 

Doenças Ligadas Ao Consumo De Açúcar

 

A primeira doença relacionada ao açúcar que geralmente vem à mente é o diabetes do tipo II, que será chamado, a partir daqui e para fins de simplificação, apenas de diabetes.

 

Mas, antes de tudo, é preciso que se entenda o mecanismo fisiológico do diabetes.

 

Basicamente, há, no pâncreas, as células-beta, que produzem insulina à medida em que a glicose se faz presente no sangue. 

 

A glicose é uma forma de “moeda” de energia do corpo, mas não pode ser prevalente no sangue, visto que é perigosa, pois pode desestabilizar e quebrar moléculas importantes. 

 

O diabetes ocorre quando se chega a um estágio avançado de resistência insulínica, isto é, quando a insulina não “consegue” mais realizar o seu papel de introduzir a glicose nas células e, por conseguinte, a glicose acaba por ficar disposta na corrente sanguínea. 

 

O diabetes é uma doença muito perigosa e é um catalisador para outras patologias como as doenças cardiovasculares, câncer e glaucoma.

 

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Ademais, é comum que diabéticos tenham membros amputados. 

 

Outra doença associada ao consumo de açúcar é a obesidade. 

 

Lembrando que o açúcar é composto por partes iguais de glicose e frutose e que a frutose é exclusivamente metabolizada pelo fígado, ao se consumir muito esse condimento, ocorre a chamada lipogênese de novo

 

De novo, do latim, significa “do nada”, “do rascunho”, e, basicamente, é a síntese de lipídios a partir de moléculas mais simples como a glicose e a frutose. 

 

Ao se submeter a altas concentrações de frutose e glicose, o fígado converte esses carboidratos em gordura no intuito de proteger o corpo da hiperglicemia. É, também, por isso, que se engorda. 

 

O excesso de açúcar também pode criar resistência à leptina. A leptina é um hormônio produzido majoritariamente pelo tecido adiposo e é o famoso “hormônio da saciedade”. 

 

Quando comemos muito, a leptina tem sua produção aumentada para indicar ao nosso sistema nervoso de que é hora de parar de comer. 

 

Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology envolvendo três grupos de homens descobriu que aqueles com maiores níveis de leptina, muito provavelmente pela resistência a esse hormônio, tinham índices de massa corporal mais altos e níveis de testosterona mais baixos.

 

A dislipidemia é outra condição ligada ao consumo excessivo de açúcar. Altas taxas de triglicerídeos e altos níveis de lipoproteína A e Apolipoproteína B são observadas a partir da alta ingestão de açúcar e de carboidratos. 

 

Além disso, a dislipidemia está associada ao câncer, mal de Alzheimer e outras demências, degeneração macular, problemas dentais, artrite, inflamação e disbiose intestinal. 

 

Alternativas Ao Açúcar

 

Quais alternativas nós temos? Bom, uma das mais usadas hoje é o xarope de milho rico em frutose, ou high fructose corn syrup, contido em diversos produtos alimentícios. 

 

O problema nessa alternativa é a abissal quantidade de frutose, bem como a sua forma líquida. Totalmente problemática para o corpo. 

 

Uma alternativa melhor seria a Stevia, ou glicosídeos de steviol. É extremamente popular no universo fitness.

 

No entanto, tem seus problemas: por causa dos glicosídeos de steviol serem polióis, podem causar constipação e gases. Também é por causa da alta concentração desses glicosídeos nos produtos vendidos no mercado. 

 

Outra opção é a fruta do mongue. A fruta do mongue é usada há séculos pela medicina tradicional chinesa. 

 

Essa fruta contém glicose e frutose, mas não possui sabor doce por causa desses carboidratos, isso porque estão em baixas quantidades. Possui sabor doce pelas altas quantidades de mongrosídeos. 

 

O mel é uma excelente alternativa também. Mas é bom ressaltar que méis pasteurizados e não integrais (refinados) são alternativas inúteis, para não dizer prejudiciais.

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Um bom mel é aquele com o mínimo processamento. Se possível, direto da colméia com o favo, para preservar seus minerais e substâncias benéficas como antioxidantes. 

 

O agave é uma planta exótica que cresce majoritariamente no México. É considerado um adoçante natural, mas possui altos níveis de frutose. 

 

Dependendo da fonte e método de processamento, a calda (ou xarope) de agave contém frutose em taxas interessantes, como 55%.

 

Só que há outros produtos contendo agave que são constituídos de até 97% de frutose, o que não é interessante, já que, praticamente, é um high fructose corn syrup

 

Inclusive, há pessoas que sentem dor de cabeça ao ingerirem agave.

 

Há o açúcar mascavo, que é a forma minimamente processada do açúcar. Porém, não é interessante por ainda ser açúcar e carregar os problemas desse condimento.

 

Conclusão: Como Cortamos Relação Com O Açúcar?

 

Ter consciência é o primeiro passo. Observe para si mesmo os alimentos que tendem a ter um domínio praticamente sedutor sobre você, fique atento a essas coisas. 

 

Tenha noção desses alimentos carregados de açúcar que tendem a ter esse controle sobre você. 

 

Outro ponto importante é redefinir suas papilas gustativas. Comer comida de verdade com o uso de especiarias culinárias, temperos etc. pode satisfazer os desejos mais profundos de sensações de sabor, variedade e prazer geral da comida.

 

Definitivamente, todos nós tivemos nossas papilas gustativas definidas ao máximo para o açúcar. Isso é cultural e foi elucidado neste E-book.

 

Com o tempo, é capaz que você possa encontrar doçura até mesmo em alimentos amargos com a evolução do seu sistema gustatório. 

 

Veja, o que queremos fazer é respeitar nosso paladar, o nosso sistema gustativo.

 

Logo, queremos sentir o doce, salgado, azedo e amargo — todas essas são sensações de sabor que queremos incorporar conscientemente em nossas vidas, com frequência, se não diariamente.

 

E outro é o umami, que significa “gosto saboroso e agradável” em japonês e também é um dos 5 gostos básicos do paladar humano. É experienciado pelo contato do glutamato com seus receptores gustativos.

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O glutamato está amplamente presente em alimentos salgados, como carnes, caldos e produtos fermentados.

 

A questão é que os fabricantes de alimentos tiram vantagem dessa sensação. Você provavelmente deve ter ouvido falar de algo chamado glutamato monossódico, MSG (monosodium glutamate), muito presente em produtos alimentícios. 

 

O que os fabricantes fazem? Se eles não conseguem te prender pelo doce, eles atacam por meio de outros gostos. O MSG é uma conhecida toxina e pode causar dores de cabeça, insônia, obesidade, e depressão.

 

Voltando para o umami, comidas ricas nessa sensação são os peixes, mariscos, cogumelos e alguns vegetais. Nós experienciamos essa sensação pela primeira vez no contato com o leite materno. 

 

Há sensações que não são consideradas “gostos”, como a ardência que podem ser interessantes na alimentação. São experiências gustativas.

 

A ardência é providenciada pela pimenta e outros alimentos picantes. 

 

Devemos, também, nos certificar que nosso corpo não possua nenhuma carência, para que o desejo por comidas ricas em carboidratos refinados não surja. 

 

Veja, quando estamos com fome, frequentemente desejamos o alimento mais doce possível, isso porque o corpo sabe que é esse tipo de alimento que vai lhe fornecer grande quantidade de glicose no menor tempo possível. 

 

Isso é sinal de falta de nutrientes, especificamente o carboidrato. 

 

Por isso, é importante manter níveis adequados de carboidratos, para que a glicemia não diminua a ponto de gerar essa resposta de busca descontrolada por alimentos doces. 

 

A última coisa é o componente mental, a conexão emocional: você conhece o significado mais profundo de doçura. 

 

Então, estaríamos procurando mais doçura externamente porque, de certa forma, falta-nos doçura em nossa vida? E isso é algo pelo qual nos esforçamos. 

 

Quando a vida é doce, queremos encontrar isso em outros lugares além da comida. De novo, a comida é um fator importante, mas e quanto aos nossos relacionamentos? E quanto aos nossos exercícios? 

 

Que tal sairmos e apreciar a vida e explorar este mundo. Se você explorasse todos os dias de sua vida, não seria capaz de explorar sequer cinco por cento deste planeta.

 

Então, há muito para nós fazermos e tornarmos a vida muito mais doce, para que não sejamos tão motivados a pegar a doçura pura e simplesmente a partir de um doce.

 

Por último, não é para se tornar um extremista e militante contra o açúcar.

 

O seu consumo acontece nos momentos adequados: um jantar esporádico de família, um encontro esperado entre amigos e outras ocasiões especiais.

 

Não convém rejeitar um bolo que foi feito com muito amor e carinho pela avó numa situação dessas. É falta de respeito, educação e egoísmo, já que a pessoa dedicou o tempo dela na intenção de lhe agradar, de forma gentil e amorosa. 

 

Corrija o consumo de açúcar na sua rotina para que você possa aproveitá-lo em situações próprias para tal.

 

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Sobre o autor | Website

Sou médico, empresário e apaixonado por saúde. Nasci em uma família de médicos e aprendi desde cedo a questionar o status quo. Me formei em 2011 pela Faculdade de Medicina da UERJ, tirei dois títulos em duas especialidades médicas diferentes em menos de 5 anos de formado e criei junto com meu irmão, Dr. Gabriel Azzini, o programa Homem Super Saudável. Hoje tenho um dos principais podcasts do Brasil, mais de 2.000 mil alunos e centenas de milhares de seguidores no Youtube, Instagram e Podcast. Minhas obsessões incluem células tronco, terapias de crescimento capilares, modulação hormonal, jejum intermitente e suplementação regenerativa.