Fatores que seu médico não te contou sobre seu colesterol

colesterol

Para início de conversa, recebi um paciente que se mostrou bem preocupado com o fato de ele ter começado a consumir mais gorduras de origem animal, ter reduzido a quantidade de grãos, farinhas e doces. Ele falou que desde que começou com essa nova alimentação, o colesterol dele aumentou e isso o deixou preocupado. O que ele não percebeu e que a gente no consultório percebe, é que não apenas o colesterol aumentou, mas a homocisteína diminuiu. A homocisteína reflete os níveis de vitamina B12 e vitamina B9, que é o ácido fólico (ou folato).

A fim de um melhor parâmetro, fizemos um ultrassom do fígado, a princípio, observamos que ele saiu do estágio 2 de esteatose hepática para o estágio 1. Assim também, a proteína C-reativa estava reduzida, a homocisteína, como eu já falei, reduziu, o fibrinogênio reduziu. Então, existe uma série de mudanças que se mostram favoráveis para uma melhora da saúde geral da pessoa.

esteatose hepática

O engraçado é: Em tese, conhecida pela maior parte das pessoas é “pessoas que têm o colesterol aumentado, têm maior chance de desenvolver doença cardiovascular, principalmente o infarto”. Só que como é que você vai ter uma tese dessas, se você observa o fato de que mais das pessoas que hoje enfartam têm o colesterol normal?

Como que a tese não se sustenta pela maioria? É possível que uma tese tenha, como maior parte dos casos de infarto, a exceção? Por que a maior parte das pessoas que enfarta hoje tem o colesterol normal? Essa tese está furada, porque a exceção é maior do que a regra. Então o que é importante vocês observarem, se quiserem diminuir o risco de doença cardiovascular?

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Alguns fatores

Circunferência abdominalPrimeiro, a coisa mais importante: a relação entre a cintura, a circunferência da cintura, a circunferência abdominal… então você pega uma fita métrica, coloca na altura do umbigo, ou um pouquinho acima, e mede quantos centímetros tem. Como resultado, essa circunferência abdominal não pode chegar à metade da sua altura. Então se você tem altura de 1,80 m, ou seja, 180 cm, a sua circunferência abdominal não pode chegar à metade disso, que é 90 cm. Do mesmo modo, se você tem uma altura de 1,70 m, a sua circunferência abdominal não pode chegar à metade de 85 cm. E por aí vai. Isso é o mais importante. Pessoas que têm a circunferência abdominal maior do que a metade da altura, têm mais chances de desenvolver doenças cardiovasculares.

Outra coisa importante: o quê você pode fazer para melhorar esses parâmetros de que eu falei? Deixar seu HDL alto (o HDL é o High Density Lipoprotein, o colesterol dito “bom”). Devemos observar que as pessoas que mais vivem no mundo hoje são as pessoas que vivem nas blue zones, isto é, Loma Linda, no sul da Califórnia, Sardinha, na Itália, Okinawa, no Japão, tem uma região na Costa Rica. O quê essas pessoas têm como exame de laboratório em comum? Elas têm o HDL alto, elas têm o triglicerídeo baixo e elas têm insulina baixa. Esses são os três fatores que pessoas longevas têm em comum.

Colesterol não é gordura

Gordura é triglicerídeo que você encontra no sangue. Isso é gordura. Colesterol é um lípede. Então, existem três tipos de lípedes. Gordura é um tipo de lípede, lipoide é outro tipo de lípede, esteroide é outro tipo de lípede. Colesterol é um tipo de esteroide, do mesmo grupo dos hormônios sexuais, por exemplo, testosterona, estrogênio, progesterona e cortisol. Colesterol não é uma gordura, então quando você fala assim: “eu estou comendo gordura, vou aumentar o meu colesterol”, isso é mentira, porque quando você consome muita gordura – gordura de qualidade – você não aumenta o seu colesterol.

O seu fígado só produz colesterol em demasia (e isso só aumenta triglicerídeo em demasia) quando você consome carboidrato. Então quando você tem um colesterol aumentado, aliado à proteína C-reativa, ao aumento da ferritina, à diminuição do HDL, ao aumento da insulina, ao aumento da glicose de jejum e da circunferência abdominal, aí a gente se preocupa com o colesterol. Mas não é ele sozinho que vai resolver, não é abaixando ele que vamos resolver o problema. A gente não tem que abaixar o colesterol quando todos os outros estão alterados. A gente tem que mudar aquilo que está alterando tudo. A causa disso não é o colesterol.

Em resumo

Você não está com a circunferência abdominal alta por causa do colesterol. Sua ferritina não está alta por causa do colesterol. O seu HDL não está baixo por causa do colesterol. O colesterol é um sinal de que você está com uma síndrome metabólica. Existem diversos problemas no seu corpo e um deles é o colesterol, mas ele não é a causa, é a consequência.

síndrome metabólica

Suplementos

Existem alguns suplementos que atuam melhorando o nosso colesterol, melhorando a nossa qualidade de vida, melhorando o nosso risco de doenças cardiovascular. Podem ser usadas, vitamina B12, vitamina D, Metilcobalamina, eu gosto de usar metilcobalamina sublingual, tem também o ácido docosahexaenoico, que é o DHA presente no Ômega 3, o Magnésio, de preferência o Magnésio Quelato. Com esses suplementos, é uma forma saudável de você baixar o colesterol. O jejum também é outra forma de você baixar o colesterol com qualidade.

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Sobre o autor | Website

Sou médico, empresário e apaixonado por saúde. Nasci em uma família de médicos e aprendi desde cedo a questionar o status quo. Me formei em 2011 pela Faculdade de Medicina da UERJ, tirei dois títulos em duas especialidades médicas diferentes em menos de 5 anos de formado e criei junto com meu irmão, Dr. Gabriel Azzini, o programa Homem Super Saudável. Hoje tenho um dos principais podcasts do Brasil, mais de 2.000 mil alunos e centenas de milhares de seguidores no Youtube, Instagram e Podcast. Minhas obsessões incluem células tronco, terapias de crescimento capilares, modulação hormonal, jejum intermitente e suplementação regenerativa.