Exames De Rastreamento Avançados
Ferritina Sérica
O exame de rastreamento de ferritina sérica é um artifício importante para detecção de inflamação subclínica e outras condições deletérias. Por exemplo, níveis altos de ferritina podem indicar ocorrências de doença hepática, artrite reumatoide, hipertireoidismo, hemocromatose, abuso de álcool, linfoma Hodgkin, leucemia, muitas transfusões sanguíneas, doença inflamatória crônica e porfiria.
Por outro lado, níveis baixos de ferritina podem indicar falta de ferro. Por armazenar cerca de 20% a 25% do ferro do corpo, a ferritina é considerada um indicador indireto dos níveis de ferro.
Em relação à sua estrutura, basicamente, a ferritina é um escudo proteico oco capaz de acumular e armazenar cerca de 4500 átomos de ferro sob a forma de oxihidróxido férrico cristalino superparamagnético. A ferritina é feita nas células, no entanto, é encontrada na corrente sanguínea.
No tocante ao estresse oxidativo e inflamação subclínica, a ferritina pode ser um indicador importante, visto que é um marcador de estresse oxidativo por ser, majoritariamente, um produto de vazamento celular em células danificadas.
Por fim, em relação à COVID-19, a medição de ferritina sérica mostrou-se um parâmetro importante de indicação e até previsão — sob certas condições — de resultados não favoráveis em indivíduos enfermos. Perante a natureza inflamatória da COVID, um quadro de hiperferritinemia pode indicar pacientes de alto risco e direcionar a terapêutica para esses, uma vez que altos níveis de ferritina estão associados à maior admissão à UTI e alta mortalidade.
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Teste Proteína C-reativa Ultrassensível (Pcr Ultrassensível) E Proteína C-reativa Sérica
A proteína c-reativa é uma proteína de origem hepática cujos níveis sobem de forma drástica e rápida a qualquer evento de dano tecidual associado à uma resposta inflamatória. Basicamente, é um marcador pró-inflamatório enviado para a corrente sanguínea em resposta à inflamação, dessa forma, é comumente denominada de reagente de fase aguda. Sua síntese é estimulada, majoritariamente, por interleucina-6, interleucina-1β e fator de necrose tumoral (TNF).
Em relação à sua estrutura, é uma proteína não-glicosilada, não-covalentemente associada de cinco subunidades homólogas globulares organizadas em simetria discoide o que, visualmente, se assemelha a um pentágono.
Proteína c-reativa
A proteína c-reativa tem duas isoformas com propriedades diferentes, sendo a proteína c-reativa monomérica (mCRP) — uma subunidade dissociada do pentâmero de proteína c-reativa e com forte atividade pró-inflamatória — e a proteína c-reativa pentamérica (pCRP) — com fraca atividade anti-inflamatória.
A medição dos níveis de proteína c-reativa, para fins de rastreamento, é usada para averiguar riscos de cardiopatias, doenças autoimunes e doenças metabólicas, como diabetes.
A proteína c-reativa é uma proteína que também pode ser medida para rastrear inflamação crônica, visto que, na inflamação crônica, o corpo, ao ser exposto às toxinas ambientas e alimentares, ativa seu sistema imunológico para conter os poluentes e evitar insultos celulares, no entanto, essa resposta imune prolongada pode ter como resultados moléstias metabólicas e autoimunes.
Além disso, pode haver alergias repetidas e prolongadas, dificuldades digestivas e problemas de pele, como psoríase e eczema. Isso também é pronunciado pelo estresse oxidativo provocado pelas toxinas, o que resulta em eventos de disfunção mitocondrial, a exemplo de fadiga e falta de clareza mental.
Taxa De Ômega-3 Para Ômega-6
Os ácidos graxos ômega-3 são ácidos graxos poli-insaturados presente nos animais na forma de ácido eicosapentaenoico e ácido docosaexaenoico e, nos vegetais, sob a forma de ácido alfa-linolênico. O ômega-3 de origem animal é mais biodisponível do que o vegetal e é encontrado na gordura dos animais.
Por sua vez, os ácidos graxos ômega-6 também são ácidos graxos poli-insaturados, porém, são encontrados naturalmente em alimentos de origem vegetal, principalmente em sementes e óleos de sementes, sob a forma de ácido linoleico.
Com o advento da dieta ocidental rica em óleos vegetais como o de soja, CANOLA e girassol, a taxa de ômega-3 para ômega-6 em humanos diminuiu drasticamente, o que propicia de forma elevada a inflamação crônica, visto que o ômega-6 tem propriedades pró-inflamatórias e é consumido de forma muito mais abundante do que o ômega-3, que possui propriedades anti-inflamatórias.
Dessa forma, a averiguação da taxa de ômega-3 para ômega-6 se torna uma ferramenta extremamente útil para detectar inflamação subclínica e seus riscos, como obesidade, diabetes e outras complicações metabólicas. Idealmente, essa taxa é de 1:1, porém, níveis de até 1:4 são considerados aceitáveis.
Homocisteína Sérica
A homocisteína é um aminoácido sulfonado e é o intermediário na conversão de metionina em cisteína que, apesar de não ocorrer naturalmente em proteínas, é um aminoácido gerado no corpo e atua no metabolismo da ureia.
Níveis altos de homocisteína estão associados não só com doenças cardiovasculares, mas, também, com deficiência de vitamina B12 (cobalamina), vitamina B6 (fosfato piridoxal) e vitamina B9 (ácido fólico ou folato); podem estar associadas à disfunções renais, da mesma forma.
Por isso, a hiperhomocisteinemia é uma condição importante para ser averiguada para fins de rastreamento, porém, de forma indireta. A hiperhomocisteinemia também pode ser um fator resultante de genética, psoríase, baixos níveis de hormônios tireoidianos e uso de medicação. Uma das formas de se diminuir os níveis de homocisteína no sangue é consumir alimentos ricos em vitamina B12, como a carne vermelha.
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Referências
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