03 Mitos Sobre o Jejum Intermitente

Embora o Jejum Intermitente a curto prazo já exista há milhares de anos, a sua popularidade só aumentou nos últimos anos. Pular refeições ou deixá-las para mais tarde, só surgiu no mundo fitness há alguns anos. Isso tem gerado muita polêmica e muitos mitos tem vindo à tona.

O equívoco comum sobre o “curto prazo”, também conhecido como jejum intermitente, é que seria mais uma dieta da moda. O problema com essa ideologia, é que, o jejum intermitente nunca foi uma dieta, não fala sobre o que comer ou o que não comer, nem sobre nada relacionados a macronutrientes.

O Jejum Intermitente pode ser feito preservando as calorias, o déficit calórico ou o excesso calórico, pode ser feito, mesmo sem nenhum controle da ingestão calórica. Isso porque, o jejum intermitente tem tudo a ver com o horário das refeições. Mais especificamente, sobre passar o tempo em jejum mais do que o normal.

Há muitos diferentes testes popular do Jejum Intermitente, que inclui:

— Método de Leangains de Martin Berkhan: Que significa 16:8 ou 16 horas/dia em jejum (sem calorias, apenas água, chá, café preto, etc) e 08 horas/dia ingerindo alimentos (consumir todas as calorias).

— Método de Greg O’gallagher: Em seu programa Kinobody, a abordagem sobre o jejum intermitente é leve (pular o café da manhã e fazer a primeira refeição ao meio-dia ou a noite).

— Método Dave Asprey: (Jejum intermitente a ponto de bala) – Ele diz que, estar em jejum após consumir um desjejum equivalente a 400kcal de manteiga e óleo de coco, mas é um enorme fracasso.

— Método Brad Pilon: Parar de comer por 24 horas 01-02/semana e comer normalmente nos outros dias.

— Método Ori Hofmekler: Aborda o jejum 20:04, com 01 refeição reforçada/dia.

Obs.: Com 03 anos de jejum intermitente após verificar os padrões acima (com exceção do método blindado ou a prova de balas) – funcionam. Usar um desses métodos acima ou criar o seu próprio é apenas uma questão de preferência. Lembre-se que perda/ganho de peso, na verdade, resume-se a equilíbrio calórico, não necessariamente horários de refeições.

[divider style=”0″]

Curso-Jejum-Intermitente-Descomplicado

[divider style=”0″]

1 – Jejum intermitente diminui a testosterona:

 

O fato de você precisar comer a quantidade adequada de macronutrientes (proteínas, carboidratos), quantidades suficientes de micronutrientes (vitaminas e minerais) e quantidades adequadas de calorias para o seu corpo produzir testosterona, faz com que muitos pensem que o mito do jejum de curto prazo tem a ver com os baixos de testosterona.

Se olharmos as pesquisas, é verdade que o jejum de longa duração pode baixar os níveis de testosterona. Por exemplo, em um estudo, descobriu-se que, no 3° dia de jejum, os níveis de testosterona matinal começam a diminuir gradualmente.  Em outro estudo, observou-se que em 84 horas pode rapidamente ser associada também com a diminuição dos níveis de testosterona.

Em outro estudo, foram ao extremo em jejuar por 10 dias consecutivos, os níveis de testosterona começaram a diminuir. No entanto, apenas no 9° dia houve baixa significativa dos níveis de testosterona. E, após o 10° dia, foram autorizados a comerem apenas 1.500kcal/dia, os níveis de testosterona dispararam e ficaram notavelmente mais altos do que inicialmente de onde começaram 10 dias antes.Sugere-se que este efeito “rebote” está relacionado com a sensibilidade do andrógeno (os receptores tornaram-se mais sensíveis no sentido do hormônio masculino), esse efeito semelhante. Este estudo foi notado na Suécia em 1989.

Em estudos de jejum a curto prazo (que é o estilo do jejum intermitente), observamos que durante 21 dias o jejum intermitente não baixou os níveis de testosterona seguidamente e que ainda dispara efeitos positivos na sensibilidade do andrógeno. Veja este video onde falo sobre este estudo: http://homemsupersaudavel.com/jejum-intermitente-versus-testosterona/

Nos círculos atléticos, costuma-se dizer que, períodos curtos de jejum, podem diminuir os níveis de testosterona. Mas não é bem assim. Sabe-se que, na verdade, o nível de testosterona é mais elevado pela manhã após o jejum noturno. Os níveis seriam de 20-30% mais alto do que os níveis de testosterona encontrados a noite. Mas suspeita-se que o ato de comer muito, pode diminuir os níveis de testosterona em homens. (Por Brad Pilon).

[divider style=”0″]

2 – Jejum intermitente diminui a taxa metabólica:

 

“Fazer pelo menos 06 refeições/dia aumentam o metabolismo”. O mito de fazer refeições frequentes não está relacionado com a taxa do metabolismo.  Ao contrário. Há muitos estudos que apoiam o fato de que a quantidade de refeições diárias – quando o conjunto de ingestão calórica mantiver o mesmo – não vai afetar o ritmo do metabolismo. Após vários estudos, concluiu-se que não há relação com a frequência das refeições, taxa metabólica e perda de peso.

Em outro estudo, observou-se que a taxa metabólica em repouso por 36 horas e os que fizeram 03 refeições ou 14 refeições com o exato conteúdo calórico total não houve diferenças significativas no gasto energético entre o grupo em repouso. No entanto, observou-se que houve um ligeiro aumento da taxa metabólica no grupo que comeu MENOS frequentemente.

[divider style=”0″]

3 – Jejum intermitente e lesões musculares:

 

Ser musculoso é maravilhoso, faz você sentir-se feliz, forte e tem um impacto positivo na taxa metabólica, é super saudável, aumentando a sua confiança. Por isso, existe o medo de perder os ganhos se não fizerem várias refeições por dia, tendo a proteína em todos elas.

Em estudo de 2009, mostrou que o jejum intermitente- com o padrão dos hábitos alimentares- não aumenta, nem diminui a taxa de lesões musculares. Em outras palavras, não importa se a pessoa consuma calorias exata no dia ou em um curto espaço de tempo. Outro estudo surpreendente, mostra que, após 72 horas com jejum apenas de água a taxa de micro lesões não aumentou em relação ao valor inicial e a síntese de proteína não diminuiu.

Mesmo estando em uma dieta de longo período de tempo ou em uma dieta de baixas calorias por um longo período de tempo, a massa muscular não irá diminuir enquanto usar treinos de resistência regular, com a massa muscular ativa, ela não vai desaparecer.

Em um estudo de 12 semanas entre homens e mulheres quando comiam apenas 800kcal/dia com 80 g proteína nas refeições diárias, quando exercitaram 3x/semana de traino, não perderam massa muscular (um grupo de estudos que não treinou com pesos, mas ao invés disso, fez cardio, acabou perdendo 4 kg de massa muscular).

O que causa a perda de massa muscular, não é uma dieta de baixa caloria ou 72 horas de jejum e sim a inatividade. Se a pessoa faz a dieta e não usa os músculos, provavelmente terá perda de massa muscular e gordura. Em todos os estudos, os participantes fizeram treinamento de resistência, mas sem treino com peso. A perda de massa muscular é inevitável. Se a pessoa ficar prostrada na cama- é como se tivesse comido muito- tende a perder muita massa muscular, especialmente em partes do corpo que são protegidas. Não usar o tecido muscular é conhecida como a verdadeira causa da perda muscular.

Outro grupo de pessoas que perdeu massa muscular mesmo exercitando-se ou permanecendo ativos ou mesmo ingerindo calorias em excesso porque suspenderam o uso de esteroides anabolizantes após obter o aumento de músculos. Quando o corpo não consegue suportar a demanda de hormônios anabólicos vindo de fonte exógena (injeções, gel, adesivos, esteroides orais, etc.), fica muito difícil o corpo suportar naturalmente.

[divider style=”4″]

[divider style=”0″]

 

Sobre o autor | Website

Sou médico, empresário e apaixonado por saúde. Nasci em uma família de médicos e aprendi desde cedo a questionar o status quo. Me formei em 2011 pela Faculdade de Medicina da UERJ, tirei dois títulos em duas especialidades médicas diferentes em menos de 5 anos de formado e criei junto com meu irmão, Dr. Gabriel Azzini, o programa Homem Super Saudável. Hoje tenho um dos principais podcasts do Brasil, mais de 2.000 mil alunos e centenas de milhares de seguidores no Youtube, Instagram e Podcast. Minhas obsessões incluem células tronco, terapias de crescimento capilares, modulação hormonal, jejum intermitente e suplementação regenerativa.